segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um sobre... mim.

Onde estás, Altíssimo? - pergunta minha'lma. Assim tal salmista desce novamente dos picos altaneiros aos abismos da existência humana. Não era assim. Em prantos e soluçando os gritos de socorro não são ouvidos senão pelo Criador. Aparentemente me tornei tão surdo que não ouço meu próprio resgate. Que fiz eu com o pagamento de sangue? Que fiz eu para me esquecer do resgate tão penoso que ofereceu meu melhor amigo por esta minha vida desprezível? Não, não fui desprezado. Nunca fui. Ainda assim não valho frações da quantia que diariamente não me importo. Dentro de mim, angústia. Angústia tal que torna pesado os músculos da face, e não se encontra em mim sorriso algum. Espírito meu, vivifica! Brilhe a luz que não é sua! Recomponha-se em detrimento dessa carne temporária. Meu espírito clama, clama incessantemente por um alívio na Tua presença, ó Deus meu! Aquele por quem fiz juras de amor e não fui capaz de cumprir nenhuma delas. Aquele que permanece insondável. Clamo por uma razão eterna. Clamo por um refrigério intangível, onde não precisarei temer a mim mesmo.