sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um sobre esse sentimento novo

Cerro meus olhos involuntariamente. O piscar se tornou um processo lento hoje. Estou traçando uma ilustração mental do celeste céu que se apresenta a mim. Todas as manhãs vejo estrelas. Todas as tardes a lua impera de maneira singular. A noite não é mais escura e o dia não mais de excessivo calor. O mar adquiriu outro significado. Distância deixou de ser medida em metros. Cada segundo se tornou quilômetros. Descobri que nos olhos se encontram os mais profundos labirintos, e que é gostoso me perder neles. Descobri que calor sentimos de dentro para fora, e não o contrário. Senti minutos horários de devaneios tornarem-se um épico embate virtual, cujo resultado se converge à própria existência. Nunca houve alguém que entendesse esse pulsar descompassado. São enigmas trazidos por esse novo ser, que em seu determinado tempo decidiu não caber mais no peito. Sim, é a nostalgia de tempos que não foram. A saudade de momentos que não tivemos. Agora sim, finalmente minhas pálpebras se erguem lentamente, arquitetando a próxima piscadela, e com ela minha passagem de volta ao interior desse sentimento, até então, desconhecido. (R)

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